Etiologia de infecções hospitalares e perfil de sensibilidade aos antimicrobianos em um hospital do sudoeste do Paraná, Brasil

Etiology of hospital infections and profile of antimicrobial sensitivity in a hospital of southwest Parana, Brazil

 

Jardel Cristiano Bordignon1                            

Leticia Ramos de Lima2

 

1Professor . Especialista SBAC

2Acadêmica do curso de Farmácia – Instituto Federal do Paraná – IFPR – Curitiba – PR, Brasil.

                    

Instituição: Instituto Federal do Paraná – IFPR – Curitiba – PR, Brasil.

Artigo recebido em 13/02/2017

Artigo aprovado em 14/09/2017

DOI: 10.21877/2448-3877.201700566

 

 

Resumo

Objetivo: Identificar os principais micro-organismos causadores de infecções, a incidência desses patógenos e os perfis de sensibilidade aos antimicrobianos. Métodos: Foram analisados relatórios dos resultados de testes de sensibilidade a antimicrobianos de culturas de pacientes internados em um hospital do sudoeste do Paraná no período de março a junho de 2016. Este estudo analisou 241 resultados, englobando uroculturas, hemoculturas e culturas em geral. Resultados: As bactérias mais encontradas foram Staphylococcus coagulase negativa (31,95% dos achados), seguido por Escherichia coli (21,16%) e Klebsiella spp. (12,86%). A pesquisa dos fenótipos de multirresistência mostrou que 25,9% das enterobactérias eram produtoras de beta-lactamases de espectro estendido. Dos Staphylococcus aureus, 10,5% eram portadoras do fenótipo Staphylococcus aureus resistente a meticilina. Conclusão: Os resultados corroboram os dados da literatura, segundo os quais a escalada da multirresistência tem continuado, especialmente nos pacientes hospitalizados

 

Palavras-chave

Infecção hospitalar; Resistência a antimicrobianos; Bactérias

INTRODUÇÃO

A prevenção e controle de infecções no âmbito hospitalar afeta a todos os departamentos das instituições. Por se tratar de um local com uma variedade grande de micro-organismos, os pacientes e os profissionais da saúde estão expostos a patógenos perigosos e os membros da comunidade procuram tratamento para doenças contagiosas, ocorrências comuns que os hospitais precisam saber controlar. Para garantir a segurança de pacientes, profissionais de assistência à saúde, familiares, visitantes e outros que entrem em contato com um hospital, essa prevenção deve ser prioridade.(1)

Na Portaria nº 2.616 de 12 de maio de 1998 do Ministério da Saúde (MS), define-se como Infecção hospitalar aquela “adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares”.(2)

A infecção hospitalar é um problema mundial, que contribui para o aumento de vários problemas relacionados a saúde, como aumento da morbidade, da letalidade, do tempo de internação, dos custos, além da ameaça constante da disseminação de bactérias resistentes aos antimicro­bianos.(3)

A resistência bacteriana aos antimicrobianos é um problema médico crescente gerado por diversos mecanismos genéticos e pela consequente seleção de cepas resistentes. Contribuem para isso o consumo desnecessário e excessivo de antibióticos. Essa resistência pode causar infecções difíceis de serem tratadas, o que facilita a permanência das bactérias no local e favorece sua proliferação.(4,5)

Os hospitais são os principais locais onde ocorrem infecções por bactérias resistentes ou multirresistentes, principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), onde existe uma população vulnerável devido à gravidade das doenças e utilização de múltiplos processos invasivos. Isso faz com que o sistema imunológico fique comprometido, tornando os pacientes mais vulneráveis à aquisição de infecções.(6)

Por representar uma ameaça à saúde global, a resistência aos antibióticos compromete avanços na saúde e na Medicina, além de comprometer o tratamento de doenças infecciosas, podendo afetar qualquer pessoa, independentemente da idade e do país onde reside. A Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2015, coordenou uma campanha mundial de sensibilização para a resistência aos antibióticos e incentivo às melhores práticas entre o público, os políticos, profissionais da saúde e agricultura para evitar mais emergência e propagação da resistência aos antimi­crobianos.(7)

Segundo relatório da OMS(8) em 2014 – “Antimicrobial resistance: global report on surveillance” – as principais bactérias resistentes são: Escherichia coli, Klebsiella pneu­moniae, Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumo­niae, Salmonella não tifoide, Shigella spp. e Neisseria gonorrhoeae. Outras bactérias como Pseudomonas aeru­ginosa e Acinetobacter baumannii são também multirresis­tentes.(9)

Entre os mecanismos de resistência com impacto mundial destacam-se: Escherichia coli resistente à terceira geração de cefalosporinas, incluindo resistência conferida por beta-lactamases de espectro estendido (ESBLs) e a fluoroquinolonas; Klebsiella pneumoniae resistente à terceira geração de cefalosporinas, incluindo a resistência conferida ESBL e aos carbapenens; Staphylococcus aureus resistente à betalactâmicos (meticilina, MRSA); Strepto­coccus pneumoniae resistente ou não sensível a penicilina (ou ambos); Salmonella não tifoide (NTS) resistente a fluoroquinolonas; espécies de Shigella resistente às fluoroquinolonas; e Neisseria gonorrhoeae com diminuição da susceptibilidade a cefalosporinas de terceira geração.(8)

O objetivo do presente trabalho foi avaliar o perfil de sensibilidade das bactérias causadoras de infecção em um hospital do Sudoeste do Paraná, identificando os principais microrganismos causadores, a incidência desses patógenos e os perfis de sensibilidade aos antimicrobianos.

MATERIAL E MÉTODOS

Estudo retrospectivo, transversal, não controlado realizado entre março e junho de 2016 em um hospital do sudoeste do Paraná. Foram analisados 241 resultados de testes de sensibilidade a antimicrobianos de culturas de pacientes internados na instituição. Traçou-se o perfil de sensibilidade dos patógenos encontrados, identificando a sensibilidade e resistência a cada antimicrobiano utilizado nos testes.

Foram realizadas buscas em sites de pesquisa utilizando palavras-chave como “perfil de sensibilidade” (sensitivity profile), “infecção hospitalar” (hospital infection), “bactérias resistentes” (bacterial resistance), “ESBL” (extended-spectrum beta-lactamases) e “MRSA” (methicillin-resistant Staphylococcus aureus). Os critérios para refinar os estudos foram artigos publicados nos anos de 2010 a 2017, em português, inglês e espanhol. As bases de dados utilizadas foram Pubmed, na Biblioteca Virtual de Saúde (BIREME), Scientific Electronic Library Online (SciElo) e na National Center for Biotechnology Information (NCBI).

Por não ter havido acesso aos dados dos pacientes, não foi necessário submeter este estudo ao comitê de ética.

RESULTADOS

Foram avaliados 241 testes de sensibilidades a antimi­crobianos (TSA) provenientes de hemoculturas 69/241 (28,63%), uroculturas 76/241 (31,54%) e culturas em geral 96/241 (39,83%).

Entre as bactérias analisadas no estudo destaca-se a ocorrência de casos de infecção por Staphylococcus coagulase negativa, com 77 ocorrências (31,95%), tendo sua maior incidência nas hemoculturas (53). O segundo e terceiro patógenos mais frequentes foram Escherichia coli (51 casos, correspondendo a 21,16%) e Klebsiella spp. com 31 achados (12,86%). O quarto foi Staphylococcus aureus, com maior incidência em culturas em geral (18) com um total de 19 testes analisados, representando 7,88% do total das amostras. Seguindo uma ordem decrescente de frequência encontra-se Pseudomonas aeruginosa (6,64%), Enterobacter spp. (4,56%), Citrobacter spp. (4,15%), Proteus spp. (3,32%), Enterococcus spp. (2,07%), Acineto­bacter baumannii (1,66%), Streptococcus spp. (1,66%), Staphylo­coccus saprophyticus (1,25%), Morganella morganii (0,42%) e Serratia spp. (0,42%). (Tabela 1)

Entre as enterobactérias (Citrobacter spp., Enterobacter spp., Escherichia coli, Klebsiela spp., Proteus spp. e Morganella morganii) pode ocorrer um tipo de resistência conhecida pela sigla ESBL, que significa beta-lactamases de espectro estendido. Neste trabalho foram encontradas 29 bactérias com essa resistência, sendo elas: Enterobacter spp. (3 casos, correspondendo a 27,27% dos Enterobacter spp.), Escherichia coli (10 casos, corres­pondendo a 19,61% das Escherichia coli encontradas), Klebsiella spp. (15 casos, correspondendo a 48,39%) e Proteus spp. (um caso, correspondendo a 12,5% dos achados de Proteus spp.).

Outro tipo de resistência de importante impacto na saúde identificado nesse trabalho foi a MRSA (Staphy­lococcus aureus resistente a meticilina). Dos 19 achados de Staphylococcus aureus, dois foram classificados como MRSA, o que corresponde a 10,53% das cepas.

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A Figura 1 mostra a distribuição das cepas multir­resistentes.

 

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A Tabela 2 apresenta o perfil de sensibilidade das bactérias aos antimicrobianos utilizados no TSA.

Nos resultados de TSA para o grupo das entero­bactérias alguns antibióticos apresentaram sensibilidade inferior a 50%, sendo eles: ampicilina e amoxicilina (17,12%), aztreonam (19,05%), cefazolina (22,22%), cefalotina (41,07%), amoxicilina + ácido clavulânico (44,25%), ampicilina + sulbactam (44,64%), ceftazidima (46,02%), ceftriaxona (46,02%), cefotaxima (46,43%) e cefepima (48,61%). Imipenem e meropenem foram os únicos antibióticos que apresentaram sensibilidade 100% nas culturas de enterobactérias seguidas por amicacina (92,08%), nitrofurantoína (87,18%), fosfomicina (85,14%), ácido nalidíxico (78,95%), cefalexina (75%), gentamicina (70%), ciprofloxacino (61,95%), levofloxacino (60,36%), norfloxacino (60%) e sulfametoxazol + trimetropima (55,77%).

O perfil de sensibilidade para Enterococcus spp. demonstrou sensibilidade de 100% para os antibióticos ciprofloxacino, estreptomicina (alta dose), gentamicina (alta dose), levofloxacino e vancomicina; 66,67% para nitro­furantoína; e 40% de sensibilidade para amoxicilina, ampicilina e penicilina.

Para a bactéria Pseudomonas aeruginosa, ampicilina + sulbactam, aztreonam, imipenem, levofloxacino, mero­penem, minociclina, norfloxacino, piperacilina + tazobactam e polimixina obtiveram sensibilidade de 100%.

Staphylococcus aureus apresentou três antibióticos com sensibilidade menor que 50%, sendo eles: amoxicilina (16,67%), ampicilina (16,67%) e penicilina (16,67%). Os outros antibióticos demonstraram sensibilidade superior a 80%: cefalexina (82,35%); oxacilina (87,5%); amoxicilina + ácido clavulânico, cefazolina, ceftazidima, ceftriaxona, eritromicina, levofloxacino e meropenem (88,89%); cefalotina e imipenem (89,47%); clindamicina (94,12%); sulfametoxazol + trimetropima (94,44%); ciprofloxacino e gentamicina (94,74%); amicacina, linezolida, rifampicina, teicoplanina, tetraciclina e vancomicina (100%).

Para Staphylococcus coagulase neg. somente 6/25 antibióticos apresentaram perfil se sensibilidade acima de 50%, sendo amicacina (77,5%), tretraciclina (80%), linezolida (94,52%) e teicoplanina (98,65%). Apenas a rifampicina e vancomicina foram 100% sensíveis a essa bactéria. Amo­xicilina e ampicilina demonstraram um percentual de sensibilidade de 10,53%; penicilina 14,29%; cefalotina e mero­penem 15,58%; cefalexina, cefazolina, oxacilina e ceftazi­dima 15,79%; ceftazidima e imipenem 17,11%; amoxicilina + ácido clavulânico e ceftriaxona 18,42%; eritromicina 21,62%; clindamicina 28,57%; ciprofloxacino 34,21%; levo­floxacino 36,84%; gentamicina 37,14%; e sulfametoxazol + trimetropima 40,85%.

Para Staphylococcus saprophyticus, nos testes de sensibilidade a antimicrobianos, quatro antibióticos obtiveram 33,33% de sensibilidade (amoxicilina, ampicilina, levofloxacino, penicilina), um com 50% (sulfametoxazol + trimetropima), sete com 66, 67% (amoxicilina + ácido clavulânico, cefalexina, cefalotina, cefazolina, ceftazidima, ceftriaxona, cefotaxima e dois com sensibilidade de 100% (linezolida e nitrofurantoína).

Somente Streptococcus spp. foi sensível a todos os antibióticos utilizados.

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DISCUSSÃO

No relatório da OMS(8) em 2014, destacava-se a preocupação com mecanismos de resistência adquiridos pelas bactérias. Alguns desses mecanismos de resistência foram observados neste trabalho: Escherichia coli ESBL (10 cepas), Klebsiella spp. ESBL (15 casos) e Staphylococcus aureus MRSA (2 casos). Nos casos de resistência descritos no relatório, além de ESBL para as enterobactérias, a resistência à terceira geração de cefalosporinas (cefotaxima, ceftriaxona e ceftazidima) também foi citada, sendo observado que, para a cefotaxima, a resistência foi de 53,57%, próxima do resultado para ceftriaxona e ceftazidima (53,98%).

A produção de ESBL é um mecanismo de resistência pelo qual as enterobactérias são capazes de hidrolisar os antibióticos da classe das penicilinas, todas as gerações de cefalosporinas e monobactâmicos como o aztreonam.(10)

Vários trabalhos apresentam resultados com o aparecimento de enterobactérias produtores de ESBL, principalmente com a maior incidência de Escherichia coli. No trabalho de Rodrigues e Mesquita,(11) de 63 amostras identi­ficadas de enterobactérias, 18 foram classificadas como ESBL, sendo a mais frequente a Escherichia coli, em segundo Klebsiella spp. e, em terceiro, Enterobacter spp. No trabalho de Lago e colaboradores(12) foram utilizadas 208 amostras de enterobactérias ESBL e a maior prevalência foi de cepas de Escherichia coli, seguida de Enterobacter sp. Já nesse estudo, a maior prevalência foi de amostras de Klebsiella spp., seguida de Escherichia coli, Enterobacter spp. e Proteus spp.

O MRSA apresenta resistência a todos os antibióticos betalactâmicos, tais como as penicilinas, cefa­losporinas e carbapenens. Oxacilina e meticilina servem como marca­dores dessa resistência.(13) Em pesquisa realizada por Ludden e colaboradores(14) em moradores de uma instituição de cuidados de longo prazo, a incidência de casos de MRSA foi mais elevada. Em 64 amostras foram identificados 17 MRSA, equivalente a 26,56%, resultado maior quando comparado aos 10,53% dos encontrados nesse estudo.

Dereli et al.,(15) em sua pesquisa durante três anos de casos de infecção nosocomial em UTI, identificaram maior incidência de infecções na corrente sanguínea, assim como em Brito et al.(16) Essas infecções são diagnosticadas por meio de hemoculturas, nas quais são isolados e identificados os microrganismos patogênicos que possam estar causando infecção no paciente.(17) O principal causador das infecções em todos os tipos de materiais analisados foi a bactéria Acinetobacter baumannii (20%), com Staphyloco­ccus coagulase negativa em quarto lugar, com 13,71%. Diferentemente desses resultados, Staphylococcus coagulase negativa foi o principal causador de infecções no presente trabalho, sendo identificados em 31,9% das culturas, valor este aproximado ao de Brito e colaboradores(16) de 36,5% de incidência desse patógeno e maior quando comparado a Silva e colaboradores(18) com um percentual de 19,2%.

Os antibióticos que apresentaram piores perfis de sensibilidade na média geral para todas as bactérias foram: ampicilina e amoxicilina 36,28% (utilizado para entero­bactérias, Enterococcus spp., Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase neg, Staphylococcus sapro­phyticus, Streptococcus spp.).

As enterobactérias foram as principais causadoras de infecção no trato uninário, diagnosticadas por meio de urocultura nesse estudo. Escherichia coli com 44 amostras foi a principal responsável pelas infecções, seguida por Klebsiella spp., Enterobacter spp. e Proteus spp. Esta família é responsável pela maioria das infecções comunitárias e hospitalares no trato urinário, mas também são causadoras de infecções intra-abdominais e bacteremias.(19) Os antibióticos betalactâmicos foram os que mais apresentaram resistência no TSA para a enterobactérias. As entero­bactérias nesse estudo não eram produtoras de carbape­nemase. Houve 100% de sensibilidade aos antibióticos meropenem e imipenem que pertencem a esta classe. Leão-Vasconcelos e colaboradores,(20) além de sensibilidade 100% a imipenem e meropenem, tiveram sensibilidade total para cefepima, ciprofloxacina, gentamicina e levofloxacino.

Em pesquisa realizada por Machado e colaboradores(21) em cepas de Acinetobacter sp. e de Pseudomonas aeruginosa, não produtoras de metalobetalactamases, houve resistência aos 12 antibióticos utilizados. Gentamicina obteve 42% de resistência para Acinetobacter sp., 17% a mais que o resultado encontrado neste estudo (25%), sendo que esse foi o único antibiótico, dos 15 utilizados, a apresentar resistência para Acinetobacter baumannii.

No estudo conduzido por Silva e colaboradores,(18) bem como no presente trabalho, o antibiótico vancomicina foi 100% eficaz contra Staphylococcus coagulase negativa. A eritromicina foi o antibiótico com maior resistência (87,5%), resultado maior que o encontrado neste estudo, que foi de 78,38%, que indicou como antibiótico com maior resistência a amoxicilina, ampicilina e penicilina com 89,47%.

CONCLUSÃO

Estudos como este são relevantes em virtude do monitoramento das taxas de resistência em hospitais. A interação com a comissão de controle de infecção hospitalar deve ser íntima para a entidade de tratamento. As bactérias resistentes são uma grande preocupação mundial, principalmente as produtoras de ESBL, os MRSA, e a produção de carbapenemase. Este último tipo de resistência não foi encontrado nesse estudo. A análise dos dados oriundos desta pesquisa mostrou etiologia e perfis de sensibilidade compatíveis com os apresentados na literatura recente, e corrobora a preocupação em relação às altas taxas de resistência aos antimicrobianos encontradas em amostras hospitalares.

Abstract

Objective: Identify the microorganisms, the incidence of these pathogens and the antimicrobial susceptibility. Methods: Antimicrobial susceptibility tests from cultures of patients hospitalized in a hospital in the southwest of Paraná were analyzed. The selected period was from March to June 2016. This study analyzed 241 tests, including urocultures, blood cultures and other cultures. Results: The most common bacteria were coagulase-negative Straphylococcus (31.95% of the positive cultures), followed by Escherichia coli (21.16%) and Klebsiella spp. (12.86%). Multirresistance strains were found: 25.9% of the enterobacteria were extended-spectrum beta-lactamases positive. Between the Staphylococcus aureus, 10.5% were carriers of the Methicillin-resistant Staphylococcus aureus phenotype. Conclusion: The results are according to the literature, and demonstrated that the multidrug resistance is becoming higher than ever.

Keywords

Hospital Infection; Antimicrobial resistance; Bacteria

 

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Correspondência

Jardel Cristiano Bordignon

PRT 280, sn, trevo da Codapar

Palmas – PR, Brasil