VOLUME 54 – Nº 4 | ANO 2022

Resumo

Introdução: Tem-se notado uma associação entre o prognóstico dos infectados pelo SARS-CoV-2 e o fenótipo do sistema ABO, uma vez que os anticorpos anti-A ou anti-B poderiam modular o mecanismo de infecção desse vírus.  Objetivos: Evidenciar se há relação entre a tipagem sanguínea do sistema ABO e o prognóstico, incluindo as complicações, de pacientes com Covid-19, além das possíveis explicações ou hipóteses. Metodologia: Revisão Integrativa feita em diferentes bases de dados coletados até 14 de julho de 2021, utilizando-se apenas de artigos que atendiam aos critérios propostos.  Resultados: Amostra final foi constituída por seis artigos aderidos aos critérios. Encontrou-se muita disparidade nos resultados, como: maior risco de hospitalização na UTI e mortalidade no grupo A, fator de proteção no grupo O,  fator protetivo do grupo AB, maior relação entre desenvolvimento de pneumonia em indivíduos do grupo A, grupo O não ser protetivo contra o risco e agravamento, tipo A com menor risco de incubação comparado ao tipo O e AB maior, também B apresentou maior risco de incubação e menor de morte comparado ao O. Conclusão: Os resultados heterogêneos evidenciados pela literatura não nos permitem chegar a uma conclusão clara acerca da influência do tipo sanguíneo ABO no prognóstico da Covid-19.

Palavras-chave: SARS-CoV-2; Sistema ABO de Grupos Sanguíneos; Prognóstico.

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Os exames no laboratório de medicina diagnóstica auxiliam os médicos nas decisões clínicas, descobertas de doenças e por fim na verificação da evolução do paciente diante dos tratamentos, sendo de responsabilidade do laboratório a realização e entrega do resultado de forma precisa e confiável. Para isso, dividimos a análise em três fases: fase pré-analítica, englobando desde a escolha do exame pelo médico até o transporte da amostra para o local de análise; fase analítica, em que ocorre a análise propriamente dita; e, por fim, fase pós-analítica quando então são liberados e interpretados os resultados. A fase pré-analítica é a menos automatizada e conta com a participação do maior número de profissionais de áreas distintas, logo a possibilidade de erros é maior, prejudicando a qualidade da amostra e interferindo no resultado dos exames, causando grande impacto à vida do paciente. Esse estudo tem por objetivo informar aos profissionais da saúde a importância de uma fase pré-analítica bem executada, prevenindo erros futuros.

Palavras-chave: Controle analítico de qualidade; Fase pré-analítica; Técnicas de laboratório clínico

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A anemia é um processo patogênico em que há a diminuição no número de hemácias e concentração de hemoglobina, onde seu desenvolvimento decorre de perdas sanguíneas e da destruição ou redução na produção de células hematopoiéticas, e a anemia de doença crônica (ADC) é uma vertente dessa condição patológica, presente em doentes renais crônicos. A ADC compreende três mecanismos fundamentais: a limitação de ferro em seus estoques, a inibição da eritropoietina e a redução na sobrevida dos eritrócitos. Durante a análise desses mecanismos, objetivou-se: apontar os fatores que levam ao distúrbio do metabolismo do ferro e da síntese de eritropoietina durante o processo patológico da anemia na doença renal crônica (DRC); delinear as causas relacionadas ao estresse oxidativo e à lesão renal; e, por fim, analisar a viabilidade das substâncias utilizadas para a avaliação da Taxa de Filtração Glomerular (TFG) na DRC. Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica com caráter descritivo e exploratório, onde as referências foram pesquisadas na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), entre os anos de 2010 e 2020, em língua portuguesa, com os descritores: “insuficiência renal crônica”, “anemia”, “eritropoietina”, “taxa de filtração glomerular” e “estresse oxidativo”. A partir da pesquisa, foram utilizados 21 artigos para a discussão.

Palavras-chave: Insuficiência Renal Crônica; Anemia; Eritropoetina; Taxa de Filtração Glomerular; Estresse Oxidativo

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Introdução: O vírus SARS-CoV-2 rapidamente se tornou um problema de saúde pública mundial em função da sua rápida disseminação e do curso grave em portadores de comorbidades. Logo, grande preocupação se estabeleceu em relação aos portadores de doença falciforme (DF), visto que tanto a Covid-19 como a DF podem cursar como quadro respiratório grave. Objetivo: Apresentar os principais aspectos relacionados à evolução clínica e ao tratamento de portadores de DF infectados pelo vírus SARS-CoV-2. Metodologia: Estudo descritivo-exploratório do tipo revisão de literatura realizada no período de janeiro de 2020 a fevereiro de 2021. Como critério de inclusão foram selecionados textos em versão estendida nos idiomas português ou inglês. Resultados: Foram analisadas 136 publicações das quais foram selecionadas 40 para esta revisão. Dessas, foi observado que, embora não fosse o esperado, os portadores de DF em uso contínuo de hidroxiureia e infectados pelo vírus SARS-CoV-2 desenvolveram apenas quadros leves a moderados da Covid-19 e foram tratados de forma individual conforme as manifestações clínicas apresentadas. Considerações finais: Apesar da literatura sugerir um quadro favorável para os portadores de DF em uso contínuo de hidroxiureia, ainda são necessários mais estudos para determinar a real repercussão da Covid-19 nesses pacientes.

Palavras-chave: Hemoglobinopatias; Anemia falciforme; SARS-CoV-2; Pandemias; Tratamento farmacológico

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A qualidade em laboratório de Análises Clínicas é prática adotada por laboratórios de saúde que visam a obtenção de resultados de exames confiáveis e seguros. O controle de qualidade laboratorial é um processo contínuo de melhoramento que passa a identificar as necessidades e as expectativas dos clientes. A importância do uso de controles de qualidade comerciais que atendam às determinações da RDC 302/2005, controles internos de qualidade usados na rotina laboratorial, que em conjunto com as amostras de pacientes avaliam se o sistema analítico apresenta resultados dentro dos intervalos preestabelecidos. Na ausência de controles comerciais, métodos alternativos de controle interno apresentam alto índice de confiabilidade; controles externos de qualidade para verificação do correto desempenho dos sistemas analíticos em que se faz o uso de ensaios de proficiência e comparações interlaboratoriais asseguram que o resultado seja verdadeiro, diminuindo os riscos e as não conformidades. O estudo tem como objetivo uma revisão bibliográfica em publicações e artigos científicos, mostrar a necessidade da qualidade em serviços de saúde que podem influenciar o diagnóstico e tratamento ao paciente. Oferecer atendimento competente utilizando recursos de gestão de qualidade em todas as fases do processo, satisfazendo as necessidades e expectativas dos clientes, justifica o interesse pelo estudo.

Palavras-chave: Qualidade da assistência à saúde; Resultado do tratamento; Técnicas de laboratório clínico

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Nos últimos anos, as publicações de pesquisa relacionadas ao Machine Learning (ML) aumentaram significativamente na área de patologia e medicina laboratorial. No entanto, apesar dos recentes avanços tecnológicos e do crescente corpo de literatura, existem poucos exemplos de ML implementados na prática clínica de rotina. A pesquisa bibliográfica ocorreu no Medline em 12 de fevereiro de 2020. O foco foi nos artigos publicados desde 2018 (entre 1º de janeiro de 2018 e 31 de janeiro de 2020) para basear a análise em estudos recentes. Concluiu-se que à medida que as ferramentas proliferam, o papel da medicina laboratorial no desenvolvimento, validação e manutenção desses modelos permanece importante, porém pouco definida.

Palavras-chave: Técnicas de Laboratório Clínico; Análise de Dados; Ciência de Dados

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Justificativa e Objetivos: Levantamentos epidemiológicos apontam significativas taxas de doenças onco-hematológicas, sendo as populações idosas e masculinas as principais acometidas. Assim, eventos como o prognóstico e o aparecimento de efeitos adversos vêm sendo analisados com o intuito de elaborar novos mecanismos de monitoramento clínico. A pesquisa objetivou avaliar relações entre componentes sanguíneos com o prognóstico de pacientes diagnosticados com doenças onco-hematológicas. Métodos: Analisou-se evoluções médicas de pacientes onco-hematológicos, submetidos a tratamento, no período de junho de 2016 a novembro de 2018. Os dados foram obtidos a partir da observação de hemogramas fornecidos pelo hospital pesquisado. Os valores das relações, tipo de malignidade sanguínea, tratamento, toxicidades e desfecho clínico, foram analisados estatisticamente e avaliados pela curva Receiver Operating Characteristic e pelo teste de Qui-quadrado. Resultados: Tratando-se do desfecho clínico, não se evidenciou diferença significativa das relações celulares sanguíneas vinculadas ao óbito, remissão da doença e doença ativa. Para as toxicidades, encontrou-se resultado significativo (p=0,048) para a relação neutrófilos/linfócitos, de pacientes sem efeitos tóxicos em comparação àqueles que apresentaram grau 4 de toxicidade. Estabeleceu-se um ponto de corte de 1,68, sendo que os pacientes com relação neutrófilos/linfócitos abaixo deste valor demonstraram risco de 9,7 vezes (2,3 – 41,7) de desenvolverem toxicidade grau 4 (p=0,001), de acordo com o teste de Qui-quadrado. Conclusão: A análise das relações avaliadas se apresenta como um teste barato, simples e seguro, além de apresentar significante custo-benefício, tanto para o acompanhamento do prognóstico dos pacientes quanto para a monitoração evolutiva da doença e do tratamento utilizado.

Palavras-chave: Sistema imunológico. Prognóstico. Hematologia.

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Introdução: A Covid-19 é responsável pela maior crise na saúde pública dos últimos tempos. As características clínicas da infecção variam expressivamente e são classificadas desde casos assintomáticos a casos críticos. Embora os principais danos da doença estejam acometendo os alvéolos, também há o acometimento de outros órgãos, como  os rins, podendo progredir para lesão renal, sendo esta uma grave complicação da Covid-19. Objetivo: Avaliar os resultados dos marcadores renais de pacientes internados na  Unidade de Terapia Intensiva diagnosticados com Covid-19. Materiais e métodos: Esta pesquisa foi conduzida após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, com Parecer nº  5.073.813, e analisou 104 prontuários. A partir da análise dos resultados dos marcadores renais, como idade, sexo e desfecho clínico, os indivíduos foram divididos em dois grupos distintos, nomeados como alta (n=82) e óbito (n=22), a fim de compará-los.  Discussão: No grupo óbito houve significativo aumento dos marcadores renais e   diminuição de 65,3% da taxa de filtração glomerular. Esta relação foi observada, pois pacientes que evoluíram a óbito tiveram uma piora destes marcadores conforme progressão da Covid-19. Conclusão: Constatou-se que indivíduos internados no hospital com Covid-19 que apresentam níveis elevados de creatinina e ureia e diminuição da taxa de filtração glomerular (TFG) têm maior propensão ao óbito. E que o agravamento destes parâmetros renais estão diretamente relacionados com a piora da doença e, consequentemente, a mau prognóstico.

Palavras-chave: Coronavírus; biomarcadores; rim; diagnóstico.

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Objetivo: Identificar alterações reativas celulares na citologia pelo Papanicolaou predominantes na vaginose bacteriana. Métodos: Foram coletados raspados cervicovaginais para pesquisa citológica e secreção de fundo de saco vaginal para pesquisa da microbiota vaginal pelo Gram. A vaginose bacteriana foi selecionada pelos critérios de Nugent (padrão ouro) e reavaliadas pelo Papanicolaou. Foram incluídas no estudo amostras satisfatórias pelo Papanicolaou. A associação entre a presença/ausência das lesões e os critérios Nugent e de Bethesda para vaginose foi realizada pelo qui-quadrado e a associação entre Nugent e Bethesda pelo Kappa, com significância para p<0,05. Resultados: 149 amostras, todas positivas para Gardnerella / Mobiluncus /Bacteroides pelo Gram. A vaginose classificada pelo Nugent com escore 0 a 3, 2 (1,34%); 4 a 6, 26 (17,44%) e 7 a 10, 121 (81,20%) e por Bethesda, 60 (40,26%). As alterações reativas celulares encontradas no Papanicolaou foram binucleação em 52 (34,89%), edema nuclear em 78 (52,34%), paraceratose em 28 (18,79%), e ASC-US em 3 (2,01%). O valor de kappa=0,035 e p=0,542. O qui-quadrado apresentou valores próximos a p=0,05 para binucleação/critérios de Nugent (p=0,059) e edema nuclear/Bethesda para vaginose (p=0,052). A vaginose tem sido considerada cofator de risco para câncer cervical. As alterações reativas celulares observadas são critérios não clássicos ou secundários para diagnóstico citológico sugestivos de HPV. Conclusão:Importante reavaliar a informação das lesões não-clássicas nos laudos de citopatologia assim como o tratamento de vaginose assintomática.

Palavras-chave: Microbiota; Vaginose Bacteriana; Teste de Papanicolaou

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Objetivo: Investigar interferências laboratoriais dos principais fármacos que alteram o perfil glicêmico. Métodos: Pesquisa descritiva e analítica dos fármacos utilizados por pacientes de um laboratório de análises clínicas em Santarém/Pará. Resultados: Dentre os 457 cadastros, 355 foram excluídos por não apresentarem informações cadastrais completas. Das 102 fichas analisadas que estavam aptas a continuarem na pesquisa, 38 eram do sexo masculino e 64 do sexo feminino. O resultado das alterações dos testes glicêmicos indicou que das 64 pacientes do sexo feminino, 37,5% apresentaram resultados alterados para glicemia. Enquanto os pacientes do sexo masculino apontaram igualdade quanto ao número de pacientes alterados e não alterados. Um total de 53 medicamentos diferentes foram identificados nos arquivos destes pacientes. Dentre os 53 medicamentos utilizados pelos pacientes, foram selecionados os cinco mais utilizados e que possivelmente estão associados às alterações da glicemia (losartana, metformina, captopril, hidroclorotiazida e rosuvastatina). Os medicamentos ocasionariam alterações no perfil glicêmico dos pacientes foram a metformina (hipoglicemiante) e a hidroclorotiazida e rosuvastatina (aumento dos níveis glicêmicos). Conclusão: A disseminação de conhecimentos a respeito das interferências que os medicamentos causam em exames laboratoriais são essenciais para auxiliar na conduta médica da escolha terapêutica e monitoramento do paciente. Dessa forma, este levantamento é de grande relevância, pois promove a divulgação de informação para os profissionais da área da saúde.

Palavras-chave: Glicemia; Testes Diagnósticos de Rotina; Medicamentos

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Objetivo: O presente estudo tem como objetivo verificar a adequabilidade das amostras cervicais coletadas por profissionais treinados por um laboratório clínico e comparar com as amostras coletadas por profissionais externos ao laboratório. Métodos: Foram analisados 192 laudos de amostras citopatológicas cervicovaginais positivas para lesão intraepitelial ou malignidade. Comparou-se amostras coletadas por profissionais submetidos a um treinamento padronizado pelo laboratório clínico com as amostras coletadas por profissionais externos ao laboratório, mediante a análise da representatividade dos grupos celulares e dos resultados dos exames. Resultados: A maioria das amostras teve presença de células glandulares e/ou metaplásicas, porém, nas amostras coletadas por profissionais que receberam treinamento houve maior percentual de representatividade da JEC. Além disso, as amostras coletadas por profissionais treinados tiveram menor percentual de fatores obscurecedores que limitaram a análise. Conclusão: Tendo em vista que a fase pré-analítica influencia significativamente no desempenho dos testes citopatológicos, verificou-se que o treinamento padronizado dos profissionais coletadores pode impactar nos resultados, garantindo a qualidade necessária para um exame satisfatório.

Palavras-chave: Teste de Papanicolaou; Controle de Qualidade; Lesões Intraepiteliais Escamosas Cervicais; Carcinoma de Células Escamosas; Células Escamosas Atípicas de Colo do Útero

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Introdução: A partir da evolução das automações hematológicas foi possível aumentar a produtividade laboratorial juntamente com a precisão dos resultados, diminuindo a necessidade de revisão microscópica. A revisão manual do esfregaço passou a ser indicada apenas em casos de contagens de células sanguíneas alteradas ou alarmes gerados pelo equipamento, que sinalizam possíveis alterações morfológicas dos tipos celulares. A taxa de revisão manual de lâminas afeta os custos do laboratório, a produtividade e o tempo de liberação dos laudos, sendo de grande importância a detecção da taxa de falsos negativos para avaliar a eficiência e segurança dos laudos liberados sem revisão microscópica. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o percentual de falsos negativos em hemogramas liberados sem revisão microscópica. Métodos: Foram selecionadas amostras liberadas sem revisão microscópica que não possuíam alarmes e estavam dentro dos critérios de liberação automática estabelecidos pelo laboratório. O esfregaço sanguíneo foi confeccionado e a revisão microscópica foi realizada. Resultados: Foram avaliadas 803 amostras, das quais 7,7% apresentaram resultados falsos negativos por apresentarem alguma alteração na série vermelha, branca ou plaquetária. Quando os falsos negativos foram avaliados de forma isolada quanto a sua alteração, encontramos 4,1% de falsos negativos referentes à série vermelha, 2,1% para a série leucocitária e 1,36% para a série plaquetária. Conclusão: O presente estudo avaliou o desempenho de três analisadores hematológicos utilizados na rotina laboratorial, não sendo evidenciada diferença significativa entre eles quanto ao número de falsos negativos, demonstrando desta forma o bom desempenho dos três analisadores.

Palavras-chave: Contagem de Células Sanguíneas; Microscopia; Equipamentos de Laboratório

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Objetivo: Descrever o padrão de uso dos antimicrobianos em uma unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital público. Métodos: Estudo descritivo, observacional, retrospectivo dos padrões de uso de antimicrobianos, nos últimos 24 (vinte e quatro) meses anteriores a pandemia de covid-19, com coleta de dados dos prontuários dos pacientes na UTI do Hospital Estadual Getúlio Vargas, Rio de Janeiro-RJ, de 37 leitos. Foram incluídos pacientes de ambos os sexos, de 18 a 65 anos, e excluídos os casos com imunossupressão. Resultados: Foram arrolados 165 pacientes. A mediana de idade foi 47 anos e homens representaram 69,7%. A enfermidade mais prevalente na admissão foi o acidente vascular cerebral (24,8%) e a comorbidade, a hipertensão arterial (59,3%). Gram-negativos representaram 76,6% na primeira amostra coletada; germes multirresistentes, 41,5%. Monoterapia, como esquema antimicrobiano inicial foi usada em 69% dos casos; cefalosporinas (29,7%) e penicilinas com inibidores de β-lactamases (25,4%), os mais utilizados. Espécimes clínicos para cultura foram coletadas em 71 pacientes, com 74,6% de positividade. Exposição a um regime antimicrobiano prévio não teve influência sobre o perfil de resistência dos microrganismos isolados. No geral, a terapia antimicrobiana empírica inicial proporcionou cobertura completa dos microrganismos isolados em 42% dos casos. A taxa de óbitos na UTI foi 43,6%. APACHE II, variação da proteína c-reativa, e troca do regime antimicrobiano em menos que 96h foram fatores independentemente associados com a mortalidade na UTI. Conclusão: Nossos achados sugerem que o uso mais racional de antimicrobianos, com base no conhecimento da microbiota local possa ser um importante instrumento para otimização dos custos e redução da mortalidade em terapia intensiva.

Palavras-chave:  Unidade de terapia intensiva; antimicrobianos; resistência bacteriana; farmácia clínica.

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Inclusões semelhantes a bastões de Auer em células plasmáticas são um achado raro no mieloma múltiplo (MM). Os bastonetes de Auer são compostos de inclusões de peroxidase lisossômica fundida, comumente observadas em leucemias mielóides agudas. O objetivo deste relato é demonstrar alteração interessante e incomum na morfologia hematológica. Homem de 74 anos com fraqueza e dor óssea há cerca de 5 meses apresentava Hemoglobina 9,2 g/dL, creatinina 1,4 mg/dL, cálcio ionizado 1,14 mmol/L, 2 microglobulinas 5,4mg/L, pico beta monoclonal (5,4g de proteína M), IGG 4.530 mg/dL-Kappa e sem lesões líticas. A medula óssea apresentou 74% de plasmócitos pleomórficos com inclusões citoplasmáticas azurófilas em forma de agulha, como bastonetes de Auer e células de Faggot. A citometria de fluxo confirmou células plasmáticas com imunofenótipo CD56+/CD19-/CD138+/CD45-/Kappa+. Os cristais semelhantes a bastões de Auer são formados por depósitos de enzimas lisossômicas cristalizadas (fosfatase ácida, a-N-esterase ou ß-glucuronidase) e, particularmente, observados no MM com paraproteínas do tipo kappa, mas não é um achado patognomônico. Apesar dos avanços no diagnóstico de doenças hematológicas, reconhecer as diferentes características morfológicas e peculiaridades dessas células ainda pode ser um desafio.

Palavras-chave: Mieloma múltiplo. /citologia. Hematologia

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A presença de células uroteliais no esfregaço citopatológico cervicovaginal é um achado raro, com escassas descrições na literatura até o momento. Objetivo: Relatar o achado de células uroteliais no esfregaço citológico cervical e descrever os critérios citomorfológicos para a sua correta identificação. Relato de Caso: Paciente feminina pós-menopausada, sem histórico de anormalidades cervicais ou queixas clínicas, foi submetida ao exame citopatológico de rotina. O esfregaço cervicovaginal mostrou a presença de células uroteliais das três camadas do epitélio de transição, em meio às células escamosas e glandulares cervicais. As células da camada mais superficial (células guarda-chuva) foram encontradas em número significativo no esfregaço. Discussão: A correta caracterização citomorfológica das células uroteliais permite que não sejam erroneamente descritas como lesões pré-neoplásicas, especialmente lesões de baixo grau, com as quais podem ser facilmente confundidas. Seu correto diagnóstico é de suma importância para que as pacientes não sejam submetidas a procedimentos invasivos e desnecessários. Conclusão: Células extrauterinas podem ser encontradas no esfregaço cervical. As células uroteliais maduras podem ser confundidas com células displásicas, especialmente com as alterações relacionadas a LSIL ou ASC-US, enquanto as células uroteliais imaturas podem induzir ao diagnóstico de HSIL se não forem corretamente identificadas.

Palavras-chave: Teste de Papanicolaou; Citologia; Atrofia; Lesões pré-cancerosas; Lesões intraepiteliais escamosas